Solitude (2013 - 2018)

Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo” (1).

(1) LISPECTOR, Clarice. Um sopro de vida, p. 152. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Na modernidade, tudo é escancarado e compartilhado. O privado é palco de exposição em redes sociais. Somos vigiados por tecnologias que não nos permitem qualquer intimidade. Desfrutar do silêncio e da privacidade torna-se cada vez mais raro.

Solitude é composto por fotografias de elementos naturais e de texturas que se unem a autorretratos na procura pelo afastamento e pela quietude. O trabalho faz referência ao estado de isolamento voluntário, propondo uma reflexão sobre a coragem de ficarmos a sós na busca pela identidade pessoal. Os gestos e poses nas imagens remetem às angústias e incertezas dessa busca.

Ficha técnica: 18 fotografias, dimensões variadas, impressão com pigmentos minerais sobre papel de algodão.

Na era das redes sociais, a exposição pessoal tem se mostrado cada vez mais excessiva e sem limites. Sofremos de uma carência generalizada, que tem transformado a vida cotidiana em um verdadeiro espetáculo. “Solitude” é composto por fotografias com elementos da natureza e fotografias realizadas com a fusão de imagens de autorretratos e texturas. O título “Solitude” faz alusão ao estado de privacidade e de isolamento voluntário de uma pessoa; é ficar só consigo mesmo. Nesse trabalho, tento expressar a busca pela identidade pessoal em uma sociedade tão massificada pelas mídias sociais. As poses adotadas nos autorretratos remetem às angústias e incertezas nessa busca. A escolha por imagens com elementos da natureza e pela fusão dos autorretratos com texturas são referências ao estágio natural, no sentido de retorno a um tempo mais calmo, menos tecnológico e pouco padronizado. Nessa busca por identidade, no retorno à natureza de onde viemos, o trabalho resgata sensações primitivas, mostrando que, apesar de toda a tecnologia, no final das contas, ainda somos todos animais.

Ficha técnica: 18 fotografias, dimensões variadas, impressão com pigmentos minerais sobre papel de algodão.

“(…) que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo” (Clarice Lispector).